O que é o SEALBA?
A região do SEALBA vem se destacando no cenário nacional como uma nova fronteira agrícola. Compreende uma área de pouco mais de 5 milhões de hectares, dos quais estima-se que mais de 2 milhões são potenciais para a produção agrícola. Possui um total de 171 munícipios interligados de três Estados da região nordeste: Sergipe, Bahia e Alagoas.
Tal área foi delimitada pelo Núcleo de Inteligência Territorial da Embrapa Tabuleiros Costeiros, devido ao grande potencial que a mesma apresenta para a produção agropecuária de sequeiro, principalmente para a expansão da produção de grãos. O SEALBA vem se destacando como uma nova fronteira agrícola a cada safra, apresentando incrementos significativos a cada ano de produção, tanto em área cultivada como em produtividade.
A região compreende quase completamente o Estado de Sergipe, boa parte do território alagoano e parte dos munícipios do nordeste da Bahia. Abrange também dois biomas distintos, a porção próxima ao litoral predomina o bioma mata atlântica e a região mais interior predomina o bioma caatinga, sendo que às áreas mais próximas à mata atlântica se caracterizam como áreas de transição, o que muitas vezes é chamada de agreste.
O que torna tal área interessante para a agropecuária nacional?
- Condições de clima propicias à produção vegetal e animal – para delimitação da região os pesquisadores da embrapa tomaram como principal critério o volume de chuvas igual ou superior a 450 mm no período de abril a setembro. Considerasse tal volume volume de chuva suficiente para produção de grãos. Além disso a produção de soja nesta época favorece uma melhor preço já que ocorre na entressafra das grandes regiões produtoras do país. Serve ainda como potencial produtora de soja semente, podendo assim atuar também como fornecedora de sementes de qualidade para outras regiões.
- Aptidão para diferentes sistemas de produção agropecuária – A região do SEALBA possui uma ampla diversidade de produção agrícola. Produz e possui aptidão para produção de grãos como o milho, soja, sorgo cevada e testes com trigo estão sendo realizados. Há ainda a produção de amendoim, feijão e arroz. A cana de açúcar possui um forte destaque no estado de Alagoas. No setor frutícola há um destaque para as produções de citros, mamão, maracujá, coco, caju, banana, abacaxi, manga. Raízes e tubérculos como a mandioca e batata-doce. Ainda é verificada a expansão da produção de eucalipto. A região também possui pastagens bem distribuídas ao longo de todo o SEALBA, inclusive com uma percentagem alta de pastagens degradadas, abrindo assim oportunidades para experimentação de introdução de sistemas de integração-lavoura-pecuária-floresta (ILPF).
- Proximidade de terminais portuários – a região ainda conta com vantagens logísticas, uma delas é proximidade que há entre a região de produção e os portos marítimos, presentes no SEALBA em cidades próximas, já adaptados à exportação de grãos reduzindo assim os custos de frete para escoamento da produção.
- Proximidade dos polos de produção de fertilizantes – Uma segunda vantagem logística é a proximidade que há com os polos de produção de fertilizantes. Sergipe é o maior produtor de fertilizantes potássicos do país. Além disso conta com mineração de rochas calcárias gerando assim o calcário agrícola e recentemente duas empresas têm iniciado os trabalhos na produção de fertilizantes na região, como é o caso da Unigel que recentemente inaugurou uma unidade para produção de fertilizantes nitrogenados em Laranjeiras – SE.
- Proximidade com agroindústrias e áreas de produção zootécnica – Uma terceira vantagem logística presença das agroindústrias na região do SEALBA o que facilita o escoamento de produção a menores custos para o mercado interno, como é o caso de empresas que envasam suco de laranja e água de coco. A produção de frutas na região, bem como a aptidão para expansão de área para a fruticultura associada as pequenas agroindústrias da região possibilita a agregação de valor aos produtos processados. De forma semelhante ocorre com a produção zootécnica, seja a pecuária de corte ou leite, ou ainda a produção avícola, que pode receber os grãos produzidos na região.
Quais desafios a região precisa superar para ampliar seu processo de produção?
- Escassez de unidades de armazenamento – A produção de grãos na região do SEALBA tem aumentado em território e volumes de produção a cada ano, apontando assim necessidade constante do aumento em unidade de armazenamento.
- Adaptação à produção sob sistemas de produção integrada – É muito comum observar na região do SEALBA a produção de grãos, particularmente milho, sobre sistemas de produção sem nenhum tipo de método de conservação do solo. Contudo aos poucos o produtor vem se adaptando à sistemas de produção tais como o plantio direto e os sistemas ILPF, que exigem a rotação de culturas, mudando assim o quadro de manejo do solo na região a partir da inserção de sistemas integrados de produção.
- Inserção de assistência técnica especializada e incentivo de políticas agrícolas – O destaque que a região vem ganhando pela pesquisa agropecuária, pelas mídias nacionais e internacionais chama a atenção para empreendedores externos e os próprios produtores locais, amplia assim o uso do solo na região ao mesmo tempo que exige a presença de assistência técnica especializada bem como incentivos de políticas agrícolas para dar suporte às diferentes atividades necessárias aos processo de produção.